A transição musical exigiu que Davis e seu grupo se adaptassem aos instrumentos elétricos, tanto em estúdio quanto performances ao vivo.
Bitches Brew e In a Silent Way estariam entre as primeiras fusões entre o jazz e o rock que seriam comercialmente bem sucedidas, subindo no patamar de Charles Lloyd, Larry Coryell, e muito outros músicos pioneiros no gênero, viria a se chamar simplesmente de "Jazz-rock fusion", pesado, obscuro e intenso; definitivamente música espacial. Tanto Bitches Brew e In a Silent Way apresentavam composições "prolongadas" (que duravam mais de 20 minutos) que na verdade só foram "tocadas inteiramente" pelos músicos, no estúdio. Davis e o produtor Teo Macero selecionaram trechos musicais em várias partes das improvisações gravadas e editaram, juntando-as em uma peça musical única que só existe na versão dos discos. Bitches Brew fez uso de efeitos eletrônicos como multi-tracking, tape loops entre outras técnicas. Ambas as gravações, especialmente Bitches Brew, tiveram altíssimas vendagens. Começando por Bitches Brew, os álbuns de Davis apresentavam freqüentemente as capas em linha com a arte psicodélica e movimentos black power. Nesta época ele fez cortes significantes em seu cachê para poder abrir shows de grupos de rock como Steve Miller Band, o Grateful Dead e Santana. Vários álbuns ao vivo foram gravados durante o começo da década de 1970, como: It's About Time (Março de 1970), Black Beauty (abril de 1970) e At Fillmore (Junho de 1970). Na época de Live-Evil em dezembro de 1970, o conjunto de Davis se transformou em um grupo mais orientado ao funk. Davis começou a experimentar o efeito wah-wah em seu trompete. On the Corner (1972) juntou elementos do funk com estilos tradicionais do jazz que ele havia tocado em toda sua carreira. Este álbum provocou um feroz menosprezo dos críticos, como um crítico britânico cita: "Eu amo a música de Miles, mas é agora onde eu saio fora." Em sua autobiografia, Miles declara que essa desaprovação seria por que nenhum crítico poderia categorizar sua música, queixando-se também que o álbum era divulgado em estações de rádio de jazz "tradicional”. Depois do Festival de Jazz de Newport no Avery Fisher Hall em Nova Iorque em 1 de Julho de 1975, Miles Davis retirou-se quase que por completo dos palcos por seis anos. Como Gil Evans disse: "Seu organismo está cansado. E depois de toda a música que ele contribui por 35 anos, ele precisa de um descanso”. Durante este período de inatividade, Davis viu a música fusion, que ele tinha estado na vanguarda na década passada, entrando para a mainstream. Quando ele saiu de seu retiro, os descendentes musicais de Miles Davis estariam no âmbito do rock new wave. Davis recebeu em 1990 o Grammy Lifetime Achievement Award e faleceu em 28 de Setembro de 1991 de AVC, pneumonia e insuficiência respiratória, em Santa Mônica, Califórnia com 65 anos. Ele foi enterrado no Woodlawn Cemetery, no Bronx, Nova Iorque. Em 13 de Março de 2006, Davis foi postumamente incluído no Rock and Roll Hall of Fame. Ele foi também incluído no St. Louis Walk of Fame, Big Band and Jazz Hall of Fame, e no Down Beat's Jazz Hall of Fame.
“Eu prefiro um som agradável sem atitude, como uma voz agradável sem muito trêmolo e sem muitas linhas de baixo. No meio termo. Se eu não consigo esse som, eu não consigo tocar nada”.
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